CBN Goiânia
MÃES SOLO | 9 de Maio de 2024
Quantidade de mães solo aumenta 18% no Brasil, aponta FGV

O dia das mães está chegando e uma pesquisa do Datafolha do ano passado apontou que 69% das mulheres são mães. A maioria delas é solo, lidam com todas as responsabilidades da criação dos filhos sozinhas.

O solo não se refere apenas à ausência de um cônjuge, mas sim ao fato de todas as responsabilidades que recaem unicamente sobre a mãe. A maternidade impõe uma série de desafios para as mulheres e, no contexto das mães solo, esses desafios se tornam maiores.

Em Goiás, mais de 4 mil crianças foram registradas sem o nome do pai no ano passado. A falta do nome do pai na certidão de nascimento é só uma parte do problema. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas revelou que, entre os anos de 2012 e 2022, o número de domicílios com mães solo cresceu quase 18% no Brasil, passando de 9 milhões para 11 milhões de mulheres que cuidam dos seus lares sozinhas. Uma dessas mães é a Cacau Mila, ela é mãe do Miguel, de 6 anos. Desde o nascimento do filho, Cacau tem enfrentando parte das obrigações com o filho sozinha.

A criação solitária dos filhos também reflete no mercado de trabalho. O estudo da FGV mostrou que, em 2022, cerca de 45% das mães solo que trabalhavam no Brasil estavam no mercado informal. Como é o caso da Cacau que é terapeuta tântrica, ela não conseguiu se manter trabalhando em empregos regulares e teve que buscar outras fontes de renda como empreendedora

Para ajudar financeiramente essas mulheres, em Goiás foi sancionada a lei que criou a "Política Estadual de Atenção aos Direitos da Mãe Solo". A nova legislação visa garantir uma série de medidas para assegurar proteção integral no acesso ao mercado de trabalho, à assistência social, ao direito de moradia e à educação infantil dos filhos das mães solteiras. Em âmbito federal, o Senado aprovou projeto de lei que determina prioridade para o atendimento às mães solo em diversas políticas sociais e econômicas. O advogado familiarista Lucas Coutinho explica sobre a lei e os trâmites até ser aprovada. 

Com as regras que regulam o mercado de trabalho para as mães ainda não aprovadas, manter os filhos também se torna um desafio. O código civil diz que são deveres de ambos os pais o sustento, a guarda e a educação dos filhos. Mesmo na guarda compartilhada, o genitor que não mora com o filho tem que pagar pensão. O advogado familiarista Lucas Coutinho explicou sobre a lei de guarda e pensão.

A maternidade solo, por si só, não é uma condição que provoca o surgimento de transtornos de saúde mental, como explica a psicóloga. No entanto, a sobrecarga que pode surgir a partir dela pode desencadear problemas como ansiedade e depressão. A psicóloga Rafaela Paiva conta como a sobrecarga pode ser um gatilho para doenças mentais. 

Para aliviar um pouco da sobrecarga da mãe solo, a  rede de apoio tem um papel muito importante. Essa rede pode ser formada por amigos, familiares, parentes e até mesmo profissionais da saúde. São essas pessoas que auxiliam na hora de eliminar a sobrecarga na rotina e nas tarefas da mulher, dando a ela a chance de encontrar momentos de descanso, autocuidado e oferecem a chance de se auto priorizar. 

É importante ressaltar que o adoecimento dessas mães parte da sobrecarga de trabalho e da sensação de impotência em ter que cuidar de tudo sozinha. Nada tem a ver com o amor e carinho que sentem pelos filhos.

E para todas as mulheres que são mães é fundamental investir em acompanhamento psicológico por conta do impacto emocional para mulher que carrega todo o processo de se tornar mãe.

Por: Eliara Salla.

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