Moacir Camargo/Arquivo Pessoal

Três dos cinco policiais militares acusados de matar um comerciante, de 35 anos, durante uma abordagem em Trindade, na Região Metropolitana da capital, vão a júri popular. A data ainda não foi marcada.

A ação policial aconteceu quando Wilker Darckian Camargo saiu de um açougue, entrou no carro e percebeu que estava sendo seguido por Alexsander de Carvalho Gonçalves e outro policial em uma viatura descaracterizada.

O comerciante tentou fugir, mas bateu o carro e correu para casa. Um vídeo mostra o momento em que ele consegue ir para a calçada, mas é puxado pelos PMs para dentro da residência. Em seguida, os tiros que mataram Wilker são disparados.

Em petição anterior à decisão, o Ministério Público de Goiás afirmou que a vítima usava tornozeleira eletrônica e que o relatório da Polícia Civil apontou que ele vinha sendo monitorado por Alexsander, que teria o abordado três dias antes pelo militar. No dia, o comerciante contou à namorada que disseram que ele deveria conseguir um revólver calibre 38, que ele teve a casa invadida e os móveis destruídos.

Em depoimento, Alexsander justificou a ação dizendo que o comerciante chegou a dar um tiro contra a viatura dele. Já os outros policiais alegaram que a vítima estava armada, que ao sair pela casa estaria com a arma na cintura e que foi colocado de volta para o imóvel por risco às pessoas próximas.

Além disso, disseram que Wilker teria conseguido pegar a arma de um dos policiais e que o comerciante estava ferido com um tiro em cada panturrilha quando tentou escapar e foi contido.

O processo estava há um ano e três meses parado, aguardando um laudo que chegou à Justiça em novembro do ano passado.

Ficou decido, então, que vão passar pelo júri: sargento Wellington Alves de Oliveira, o cabo Elias Cunha Carvalho e o soldado José Venício Mendes da Silva. Eles vão responder por homicídio qualificado. Elias está trabalhando no Comando de Correições e Disciplina da PM.

Os outros dois policiais réus no crime, José Wilson Louça Rodrigues de Menezes e Alexsander de Carvalho Gonçalves, não foram mandados à júri, porque Alesxander não estava no local da abordagem no momento dos disparos e José Wilson estava na direção da viatura policial de apoio e, por isso, não estava no momento dos disparos que mataram Wilker. Segundo a juíza, Vívian Martins Melo Dutra, ela não foi convencida “da existência de indícios suficientes de atuações no fato contra a vida” de Wilker. 

A CBN entrou em contato com a Polícia Militar para pedir um posicionamento e aguarda um retorno. A defesa dos acusados ainda não foi localizada pela reportagem.

Por Laylla Alves.