Oito meses depois de ser dispensado do Comando de Operações de Divisas, o tenente-coronel Edson Luís Sousa Melo Rocha, também conhecido como Coronel Raiado, foi nomeado, nesta quarta-feira, para comandar o 16º Comando Regional da Polícia Militar, em Trindade.

As informações foram apuradas pelo repórter do Jornal O Popular, Márcio Leijoto. Ao todo foram nove mudanças em comandos publicadas no Diário Oficial do Estado.  

A Lei sobre a Organização Básica da PM de Goiás determina que o comando das regionais deve ser exercido por um oficial com patente de coronel – o que não é o caso de Edson Luís.  

Ao O Popular, ele afirmou que a nomeação de um tenente-coronel para a função é uma decisão permitida pela legislação.   

A CBN Goiânia questionou a PM e aguarda um retorno. A reportagem também entrou em contato com a assessoria do governo e aguarda resposta. 

O tenente-coronel Edson Luís foi chefe da segurança do governador até 2022, quando saiu candidato a deputado federal, mas não conseguiu ser eleito.   

Quando voltou para a PM, ele foi nomeado em janeiro de 2023 para assumir o comando do COD.  

Depois de um ano e três meses no cargo, Edson foi dispensado do COD com a repercussão do assassinato de dois homens por seis policiais militares do batalhão.   

A suspeita do Ministério Público do Estado de Goiás é que uma das vítimas, o autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, prestava serviços ilegais a policiais militares e no dia em que foi morto levava uma encomenda, possivelmente drogas, à sede do batalhão.   

Os investigados afirmam que estavam em busca de suspeitos de um caso de extorsão e que foram alvo de disparos quando abordaram os dois.   

Em junho deste ano, Edson se licenciou novamente da PM para trabalhar na segurança do candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal.  

Em setembro, a Polícia Civil reabriu o inquérito que apura a morte do piloto Felipe Ramos Morais, de 35 anos, e dos mecânicos de aeronaves Paulo Ricardo Pereira Bueno, de 36, e Nathan Moreira Cavalcante, de 22, durante uma ação policial que teria sido coordenada por Edson, junto ao major Renyson Castanheira Silva.    

No dia 22 de novembro, o tenente-coronel foi ouvido pela Justiça como testemunha no processo da execução do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, em que o ex-auxiliar do governo de Goiás Carlos César Savastiano de Toledo, o Cacai, é apontado como mandante com o apoio do assessor parlamentar Jorge Ramos Caiado.

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Por Laylla Alves