Sabrina Vilela/CBN Goiânia

Médicos do HUGO, Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz, denunciam atraso de pagamentos e de surto de piolho de pombo no local. Além disso, a reportagem da CBN esteve na unidade nesta segunda-feira e foi visto entulho hospitalar jogado em uma parte cercada ao lado do estacionamento. Tem maca, cadeira para banho, geladeira, mesa e entre diversos outros itens acumulando água e servindo como criadouro do mosquito Aedes Aegypti.  

Um funcionário, que não quis se identificar, denunciou à CBN que os salários estão atrasando todo mês. Eles recebem de dois em dois meses o referente ao valor de um mês. Há o receio de calote por parte da empresa. A previsão é que quem trabalhou em fevereiro e março, receba só um pagamento agora em abril, mas nada garantido ainda. Há funcionários que estão em greve, entre eles os maqueiros. Ainda de acordo com a denuncia, os seguranças e o funcionários do auto atendimento também estão parados.  

De acordo com denúncia, outro problema na unidade é surto de piolho de pombo. Por conta disso, ninguém estava sendo internado. 

Outra médica, que não quis ser identificada, disse que há um plano de contingência extrema para as equipes de plantão. A recomendação é que todos os pacientes que chegarem é para avaliar, fazer o atendimento e devolver para as unidades solicitantes. Além disso, o setor de observação masculina, observação feminina e UTI 4 serão interditados temporariamente. 

A assessoria do Hugo tinha afirmado que a gestão da unidade passa por um processo de readequação entre os valores recebidos para execução dos serviços e a consequente quitação para fornecedores e prestadores de serviço. Já na manhã desta terça-feira (23), a assessoria da OS que administra o HUGO enviou uma nova nota informando que na tarde de segunda-feira (22) foi feita uma dedetização completa na área afetada por piolho de pombo e que na manhã de hoje será realizada uma desinfecção em todos os ambientes para vistoria da Vigilância Sanitária e liberação de enfermarias, leitos de observação e UTI para ocupação de pacientes e colaboradores.

Esclareceu também que os postos de vigilância e segurança foram recompostos e estão com 100% de servidores, assim como também houve a volta dos funcionários terceirizados nas áreas de limpeza e conservação, atendimento dos guichês, maqueiros e demais setores que estavam em paralisados.

Isso se refletiu no atraso de pagamento para esses terceirizados que responderam com a suspensão dos serviços em alguns setores de até 70% dos postos de trabalho, fato que tem gerado muito desconforto para a gestão, colaboradores, pacientes e acompanhantes. 

Segundo o hospital, está em discussão com a Secretaria Estadual de Saúde a normalização dos repasses para a quitação de passivo junto a fornecedores e prestadores de serviço para o retorno do processo de serviços e materiais essenciais para a regular prestação de serviço de saúde. 

Já a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás disse que o problema relatado quanto à infestação de piolhos de pombos é pontual e restrito à UTI 4 do Hugo. Equipe da pasta acompanha o plano de contingência do hospital para solucionar o problema. Para isto, os pacientes da UTI 4 foram remanejados, bem como as pacientes da enfermaria de observação feminina até o começo da tarde, restando os pacientes da enfermaria masculina que seriam remanejados até o final da tarde desta segunda feira.

As duas enfermarias foram evacuadas preventivamente por estarem próximas à UTI, até que sejam concluídos os processos de desinfecção e limpeza.
A SES-GO informa que não há atrasos no repasse ao Instituto CEM para a gestão do Hugo.

O contrato, que funciona com repasse proporcional às metas estabelecidas, apurou um valor de 10 milhões (referente ao não-atingimento de metas por parte da OSS contratada), mas que diante dos problemas de gerenciamento verificados no momento, não está sendo aplicada agora.
A SES nominou uma Comissão de Transição que está trabalhando junto aos servidores para manter os serviços e a assistência devida aos pacientes, sem impactos e sem paralisação de setores.

Por Sabrina Vilela

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